“Sem dó” é a história de nossas avós em forma de quadrinhos

“Sem dó” é a história de nossas avós em forma de quadrinhos

A autora, que além de quadrinista, é também cartunista e ilustradora, nasceu em São Paulo na década de 1960. Portanto, “Sem dó” é uma coleção de memórias que ela não viveu. No começo, o objetivo era desenhar as aventuras do avô que migrou para o Brasil no final do século XIX e era filho de um anarquista radical. Contudo, ao ouvir os relatos sobre as mulheres da família, o roteiro inicial acabou ganhando novos rumos. A dedicatória do livro, inclusive, vai para a mãe, para as tias, primas, avós e outras integrantes da família que, segundo Penna, “se casaram, não se casaram, se mandaram, tiveram filhos, aguentaram, não se aguentaram, se divertiram, viveram dias infelizes e dias felizes”.

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Hubert: entre a arte e o silêncio + entrevista com o autor Ben Gijsemans

Hubert: entre a arte e o silêncio + entrevista com o autor Ben Gijsemans

Hubert passa o seu tempo livre visitando museus - mas quando eu digo visitando, eu quero dizer visitar várias e várias vezes. A calma com a qual admira as telas é transportada para o quadrinho com a sutileza dos movimentos dos quadros. As passagens de quadros de maneira lenta, que lembra o rolo de um filme, também fica presente em outras cenas quando ele tem que interagir com alguém ou com o que tem em sua volta. Essa, talvez, seja a parte mais marcante da HQ de Ben Gijseman: o movimento lento e artístico em que ele apresenta a obra ou o cotidiano admirado por Hubert.

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Melhores leituras de 2019 #03: Ciro I. Marcondes

Melhores leituras de 2019 #03: Ciro I. Marcondes

por Ciro I. Marcondes

As listas da Raio Laser têm o propósito de servir como um diário de leitura e uma recapitulação das experiências com quadrinhos que os escribas desenvolveram ao longo do ano. Elas têm mais a ver, portanto, com o temperamento (e até com certa temperatura dos ânimos) do resenhista do que com um objetivo técnico de elencar melhores produções anuais. Aliás, como se sabe, nossas listas são um vale tudo que beiram a irresponsabilidade: se eu li um compilado de Blondie de 1940 e bolinha num pdf safado, tá valendo. O importante é, guardada a devida modéstia de um projeto não muito elaborado como esse, registrar certa individualidade que marcaria não só as escolhas dos gibis lidos, mas também o tom dos textos.

Dito isso, que a minha lista tenha, neste ano, um bem maior número de gibis lançados no Brasil em 2019, não é coincidência. A gente recebe um montão de coisas aqui, dando um certo direcionamento na pauta. Eu ainda mantinha uma coluna semanal sobre quadrinhos (a já saudosa ZIP) que me ajudava a cuidar de cobrir ao menos parte deste montante. Isso tudo tornou a lista um tanto quanto parecida com as listas mais normaizinhas. Espero ter colocado coração nestas pequenas resenhas. A pilha cresce, 2020 já chegou e as promessas da Raio são eternas. Não esqueçam de nós, teremos mais novidades. Obrigado aos nossos seletos leitores!

Como sempre, a lista vem sem ordem de importância. A única ordem é a da experiência sentimental ao me deparar com a profundidade destas narrativas.

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Melhores leituras de 2019 #02 - Márcio Jr.

Melhores leituras de 2019 #02 -  Márcio Jr.

por Márcio Jr.

Sou um sujeito sistemático, metódico, cheio de ritos. A um passo da neurose. A vida me atropela e, ainda assim, tento me equilibrar através de sistemas e jogos mentais. Nem sempre dá certo. Quase nunca.

Com relação aos quadrinhos, anoto numa agenda – mês a mês, em duas colunas distintas – o que comprei e o que li. A desproporção é de três para um. Uma pilha que só aumenta ao longo dos anos. E que demonstra que esta não é, definitivamente, uma relação saudável. Pena que terapia seja (ainda) mais caro que gibi.

Revendo minhas anotações do Ano 1 da Era Bozo, percebo que li menos que nos anos anteriores. As compras também diminuíram (mas a média de três para um manteve-se inabalada – o que não é bom sinal). Mesmos as escolhas de leitura não foram as mais acertadas. Alison Bechdel, Richard McGuire e Emil Ferris seguem, para minha vergonha, aguardando uma confluência (psicopatológica) de astros para serem fruídos com a devida atenção.

De toda e qualquer forma, segue aí minha lista das 13 melhores leituras do ano. Sem hierarquia, óbvio. Por elas, boto a mão no fogo. E por que 13? Não gosto de perder a oportunidade (por mais ínfima que seja) de azucrinar apoiadores do Bozo. Se bem que duvido que algum deles leia a Raio Laser. Ou qualquer outra coisa.

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Melhores leituras de 2019 #01 - Marcos Maciel de Almeida

Melhores leituras de 2019 #01 - Marcos Maciel de Almeida

Ano passado mencionei que “da quantidade se extrai a qualidade”. Acontece que quebrei a cara. Esse ano consegui ler um número razoável de gibis, mas – feito o filtro final de leituras – notei que a lista definitiva não estava tão empolgante quanto esperava. Na verdade foi um esforço conseguir escolher as edições que merecessem figurar no meu Top 10 de 2019. Nem sei dizer o que isso significa direito. Talvez tenha me tornado mais exigente ou não esteja procurando no lugar certo. Outra possibilidade – será? – é que the thrill may have been gone from me. Espero que não. Seja como for, as publicações a seguir – sem nenhuma ordem de preferência – foram aquelas que conseguiram sacudir meu esqueleto num ano em que tive de garimpar muito para encontrar escassas pepitas.

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Rapidinhas #13 - Quadrinhos brasileiros para este Natal

Rapidinhas #13 - Quadrinhos brasileiros para este Natal

Natal chegando, e a equipe Raio Laser preparou umas “rapidinhas” indicando material nacional de excelente qualidade (e que pode ser presentado por aí) para ser celebrado no fim de ano. Sem muita justificativa curatorial, espero que curtam! (CIM)

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Obituário: Howard Cruse (1944-2019), pioneiro dos quadrinhos queer norte-americanos

Obituário: Howard Cruse (1944-2019), pioneiro dos quadrinhos queer norte-americanos

O movimento dos quadrinhos underground dos Estados Unidos não deu espaço apenas para os dropadores de ácido e esquisitões expressarem suas paranoias e viagens lisérgicas nas páginas de HQ. Eles também abriram as portas para gays e lésbicas construírem cantinhos aconchegantes e sexys para uma crescente parcela da população que engatinhava para autoaceitação durante a revolução sexual em curso e propulsionados pelos movimentos de direitos civis. Um dos pioneiros desse levante, Howard Cruse, faleceu no dia 26 de novembro após uma longa batalha contra o câncer. 

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