O Ditador Frankenstein e Outras Histórias de Terror, Tortura e Milicos: Apresentação

O Ditador Frankenstein e Outras Histórias de Terror, Tortura e Milicos: Apresentação

Em um ciclo que durou aproximadamente quatro décadas, mestres como Jayme Cortez, Flavio Colin, Nico Rosso, Mozart Couto e Watson Portela deixaram marcas indeléveis na HQ brasileira. Nesta constelação, Julio Shimamoto é uma das estrelas de maior brilho e, certamente, a mais longeva. Aos 80 anos de idade, Shima segue em franca produção, tendo participado de todos os períodos do quadrinho nacional desde sua estreia, ainda na década de 1950.

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Lucca Comics: cinco dias alucinantes

Lucca Comics: cinco dias alucinantes

O festival Lucca Comics and Games (LCG) é considerado o maior evento dedicado a quadrinhos da Itália. Não é para menos. Todos os anos a cidade de Lucca, localizada na região da Toscana, atrai cerca de 250 mil visitantes (quase o triplo da população local) ávidos para conhecer e consumir fumetti, games, RPG, bonecos, fantasias e itens correlatos. Os cosplayers também são uma atração à parte. É praticamente impossível não esbarrar com pessoas uniformizadas com roupas caras, desconfortáveis, criativas ou simplesmente ridículas.

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Coringa: quatro observações impopulares

Coringa: quatro observações impopulares

1) Uma imitação maneirista da estilística de um Scorsese dos anos 70 que beira a ação de um copy cat obsessivo, claramente numa crise identitária por não conseguir desenvolver uma dicção própria. Como se fosse uma ideia fundada naquele sonho de todo adolescente que começa a descobrir o mundo de bom cinema justamente com esse diretor: "ah, se o Scorsese fizesse um filme do Batman, seria muito foda". Infelizmente, esses adolescentes nunca saíram desse estágio, nunca perceberam o quão ridícula é essa ideia, e se tornaram público pra que essa aberração fosse criada.

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Aqui, uma HQ em estado de arte

Aqui, uma HQ em estado de arte

Em sua mais famosa história (“O Aleph”), Jorge Luis Borges, o gigante da literatura argentina, descreveu a maneira com que um homem comum encontrou, debaixo de uma escada em uma casa velha, um ponto (o tal “aleph”) que levasse o observador a qualquer lugar no tempo e no espaço, simultaneamente. A viagem de Borges era a busca pela ubiquidade: seu personagem (no caso, alter ego de si mesmo), obcecado por um antigo amor, tem a curiosidade de vivenciar novamente cada momento do passado e adentrar em cada pensamento já vivido por essa mulher.

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Paralelas: Império x Imperdoável

Paralelas: Império x Imperdoável

O objetivo da seção Paralelas é tecer comparações entre dois gibis. A ligação entre ambos pode ser de qualquer tipo ou natureza. Pode, inclusive, não ter relação nenhuma. Se o raiuka (apelido carinhoso para os escribas da Raio Laser) da vez quiser falar sobre Luluzinha junto com Corto Maltese, por exemplo, não será admoestado pelos coleguinhas. Bem, para a coluna de hoje escolhi dois títulos que sempre tive grande curiosidade de ler: Império (Mythos, 2017) e Imperdoável (Devir, 2018), ambas do argumentista Mark Waid. O ponto de contato entre as publicações é o twist dado pelo autor nas clássicas histórias de super-heróis. Em Império temos uma realidade em que o vilão venceu. Já em Imperdoável encontramos um mundo no qual o Superman local perdeu as estribeiras e passou para o lado dos malvados. Quais seriam as semelhanças e diferenças entre as tramas? Será que as temáticas escolhidas têm fôlego para segurar o formato minissérie/série mensal? E, mais importante que isso, será que alguém ainda se importa com gibis de superheróis?

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OS SERTÕES E KARDEC: DUAS (RE)ENCARNAÇÕES DE CARLOS FERREIRA E RODRIGO ROSA

OS SERTÕES E KARDEC: DUAS (RE)ENCARNAÇÕES DE CARLOS FERREIRA E RODRIGO ROSA

As editoras lutavam (e seguem lutando) por seu quinhão. Todos estavam interessados em ter algum título selecionado – o que implicava em um sensível aumento da tiragem para atender à compra do governo. O resultado foi um boom de adaptações. Obviamente, efeitos colaterais se fizeram sentir: uma considerável quantidade de picaretagem caça-níquel foi publicada. Graças ao talento da dupla gaúcha Carlos Ferreira (roteiro) e Rodrigo Rosa (desenhos), Os Sertões: A Luta – novela gráfica gestada a partir do seminal livro de Euclides da Cunha – não engrossa este amargo caldo. Muito pelo contrário.

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SUPER-HERÓIS, ARTE E CRIVELLA: LINHAS CRUZADAS

SUPER-HERÓIS, ARTE E CRIVELLA: LINHAS CRUZADAS

Num destes complexos fenômenos que surgem nas fissuras das dinâmicas sociais, o gibi da Marvel tornou-se resistência. Foi encampado pela comunidade LGBT como símbolo e instrumento de luta. Também tem sido usado por aqueles que se opõem à censura – que, em velocidade vertiginosa, vem colocando as sujas manguinhas de fora. E segue adiante, como nesta imagem criada por um morador do Rio, onde o casal gay da HQ foi colocado num buraco de rua em clara provocação ao prefeito Crivella, desafiando-o a resolver – com a mesma urgência e determinação mostradas em relação ao gibi – um problema real da cidade.

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