OTA: SEMPRE MAD, MAIS QUE MAD

OTA: SEMPRE MAD, MAIS QUE MAD

por Márcio Jr.

Otacílio d’Assunção Barros, o Ota, está indissociavelmente relacionado à revista MAD no Brasil. Foi ele quem trouxe o magazine humorístico para o país, ainda em 1974, pela editora Vecchi. Graças às marcas que imprimiu ao título – como a presença de autores e temas nacionais, além da profunda intimidade com os leitores –, foram décadas de sucesso estrondoso, colhido em diferentes casas editoriais. Ouso afirmar que aqui, mais do que Alfred E. Newman, a cara da revista era o próprio editor-cartunista, encarnado no bonequinho taquigrafado nos histriônicos Relatórios Ota – que faziam disparar as vendas da publicação. Um feito que, por si só, justificaria uma vida. Mas que diante da importância de Ota para a história dos quadrinhos no Brasil, é pouco.

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Eu Não Preciso de Mais Nada: existencialismo de videogame ou a crisálida de Gabriel Dantas

Eu Não Preciso de Mais Nada: existencialismo de videogame ou a crisálida de Gabriel Dantas

“Meu primeiro contato com a morte foi no colégio”, diz o recordatório do requadro de um certo zine “Viagens Rumo ao Esquecimento”, que Gabriel Dantas publicou ainda em 2017, quando tinha (possivelmente) 17 ou 18 anos. Nesta história, seu personagem se insere num ambiente juvenil-escolar (como tantas e tantas vezes vai repetir em seu trabalho futuro, especialmente em seu Instagram @bifedeunicornio) para recordar o falecimento, no meio do bimestre, de um professor querido, algo que talvez reverbere na memória de muita gente que vá abrir esse volume impresso Eu Não Preciso de Mais Nada, em que a Ugra Press coleta aquilo que o Gabriel produziu entre 2017 e 2019.

Esse primeiro zine era bem rudimentar e primário (lembra um exercício) e eu já estava achando que a editora havia investido num material inferior ao publicado na internet quando essa história específica do professor derreteu minha retidão de crítico. Talvez isso tenha a ver com o fato de eu ser também professor, mas acho que na verdade o que ocorreu ali foi o ato de realizar uma leitura do nascedouro da dupla orientação que Gabriel Dantas iria levar para o resto dos seus quadrinhos: um conflito (explorado de maneira tresloucada e hilária) entre um jeito bobo de ser, estilo adolescente videogueimeiro, e uma dor existencial lancinante, irresistível para qualquer um que vá ler seu material. E estes dois aspectos ficam vazando um para o outro até que você não saiba exatamente se está rindo ou chorando. Uma forma meio “palhaço triste” de crescer e entender o mundo ao seu redor.

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Difusão do português através das Histórias em Quadrinhos brasileiras

Difusão do português através das Histórias em Quadrinhos brasileiras

por Marcos Maciel de Almeida

Assim, é natural que a produção brasileira venha recebendo maior atenção por parte de importantes editoras estrangeiras e dos responsáveis pelas principais premiações internacionais da área. Embora esse reconhecimento não seja algo recente, o fato é que nos últimos anos o quadrinho brasileiro tem obtido cada vez mais prestígio advindo da crítica especializada, a ponto de figurar, sem sentimento de inferioridade, ao lado de celebrados polos desse tipo de expressão artística, como a escola norte-americana, a franco-belga e a japonesa.

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LASERCAST #28 – Jabácast: Livros da Equipe Raio Laser

LASERCAST #28 – Jabácast: Livros da Equipe Raio Laser

Parte da celebração dos 10 anos de Raio Laser inclui, é claro, lançamentos de livros! E nesta semana lançamos dois deles e anunciamos outro para o final de 2021. Neste episódio, a equipe discute ZIP – QUADRINHOS E CULTURA POP, de Ciro Inácio Marcondes, lançado pela Editora Metrópoles; LENDAS INVENTADAS, de Lima Neto, pela MMarte; e OS ESTRANHOS HÓSPEDES DO HOTEL NICANOR (de Flavio Colin e Juka Galvão – aka Ota), que sai no final do ano também pela MMarte. Jabá do bem!

Participam do debate: Raimundo Lima Neto, Márcio Júnior, Pedro Brandt e Ciro Inácio Marcondes.

Edição: Eder Freire.

Disponível em: SPOTIFY, APPLE PODCASTS, GOOGLE PODCASTS, CASTBOX, ANCHOR, BREAKER, RADIOPUBLIC, POCKET CASTS, OVERCAST, DEEZER

COMPRE O LIVRO “ZIP - QUADRINHOS E CULTURA POP” (DE CIRO INÁCIO MARCONDES) ONLINE AQUI:

https://bit.ly/3gCBfrP

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HQ EM UM QUADRO: As vicissitudes do TOC em Binky Brown. Por Justin Green.

HQ EM UM QUADRO: As vicissitudes do TOC em Binky Brown. Por Justin Green.

As pessoas acham o TOC meio engraçado (virou até gíria) porque muita gente manifesta suas obsessões em compulsões motoras e funcionais, tipo contar degraus, só vestir determinada cor, abrir e fechar uma porta dezenas de vezes, arrancar os próprios fios de cabelo, etc. Acontece que isso aí é apenas a ponta do iceberg de uma verdadeira máquina de Goldberg mental muito troncha e zoada, em que você, plenamente consciente do quão absurdo é tudo isso, precisa executar inúmeros rituais mentais antes que eles passem para o mundo físico. Eu mesmo não conto degraus, nem tenho rituais práticos (as compulsões em si). Tudo se passa, de um jeito caótico relacionado a questões histriônicas de controle, dentro da mente. E é assim que a gente sofre, numa incomensurável solidão, porque os fenômenos do TOC são tão complexos, abstratos e diversos, que é extremamente difícil comunicá-los, mesmo pra um psiquiatra.

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LASERCAST #27 - Resenhão Geral #1

LASERCAST #27 - Resenhão Geral #1

Resenhas! Resenhas por todos os lados! A equipe Raio se junta para falar do que tem lido em termos de lançamentos recentes de quadrinhos no Brasil. Tem Pulp, tem Junji Ito, tem Copra, tem Jason, tem Anão Gigante, entre várias outras coisas. Em comum, apenas a lente afiada dos críticos da Raio Laser. Lembrando: o resenhismo é tradição forte na Raio mesmo no blog, e o Resenhão Geral terá outras edições.

Participam do debate: Raimundo Lima Neto, Márcio Júnior e Ciro Inácio Marcondes.

Edição: Eder Freire.

Disponível em: SPOTIFY, APPLE PODCASTS, GOOGLE PODCASTS, CASTBOX, ANCHOR, BREAKER, RADIOPUBLIC, POCKET CASTS, OVERCAST, DEEZER

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13 perguntas para Marcello Quintanilha - DESERAMA: O ESPETÁCULO DO DESEJO

13 perguntas para Marcello Quintanilha - DESERAMA: O ESPETÁCULO DO DESEJO

por Márcio Jr.

Mal chegou às livrarias e Escuta, formosa Márcia vem causando alvoroço no mercado brasileiro de HQs. Diversos críticos apontam o novo trabalho de Marcello Quintanilha como um dos destaques do ano – o que não é novidade para o niteroiense radicado em Barcelona há cerca de duas décadas. Antes de Escuta, formosa Márcia, contudo, houve Deserama. Lançado pela Veneta em 2020, trata-se da estreia do quadrinista no campo específico do romance literário. A impressão, até o momento, é que os leitores dos quadrinhos de Quintanilha não aderiram imediatamente a esta nova experiência narrativa. Questão de tempo. Deserama guarda toda a pujança, labor e pretensão típicas do autor. Recomendo fortemente a leitura – do romance e da entrevista que segue abaixo.

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