Arte, horror e vanguarda nos quadrinhos de Bernie Kriegstein

Arte, horror e vanguarda nos quadrinhos de Bernie Kriegstein

Talvez você não conheça o legado da EC Comics, a lendária editora americana que, na ressaca da Segunda Guerra Mundial, elevou o jogo das então nascentes revistas em quadrinhos para outro patamar. Quando os gibis de super-herói pareciam perder parte de sua popularidade (dada a crise moral do pós-guerra), o editor William M. Gaines procurou trazer uma visão mais adulta e apelativa (beirando o que hoje chamamos de exploitation) para os comic books. Floresceram gêneros como crime, horror, ficção científica e guerra. Novos caminhos estavam sendo apontados.

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Paciência: uma viagem cósmica rumo ao amor eterno ou à obsessão?

Paciência: uma viagem cósmica rumo ao amor eterno ou à obsessão?

Exímio artista gráfico – conforme já havia me convencido em Wilson (Cia das Letras, 2012) e Eightball (Fantagraphics, 2015) – Clowes está ainda mais explosivo nesse quadrinho, com cores vibrantes, ângulos instigantes e estouros de violência. Em alguns momentos, ponderei se estava diante de um quadrinho frenético de terror, cheio de drama e suspense.

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Bilal: desenhista solteiro à procura de escritor desimpedido

Bilal: desenhista solteiro à procura de escritor desimpedido

A coisa muda de figura quando Bilal está acompanhado por outros escritores. É inegável que a qualidade de sua obra aumenta substancialmente quando divide o trabalho. Talvez isso ocorra porque seus parceiros de aventura sejam mais hábeis em filtrar e transmitir os pensamentos que habitam a mente do velho mestre. Peguemos, por exemplo, o Exterminador 17 (1979), feito com o também francês Jean-Pierre Dionnet. A saga do androide que, ao parar de funcionar, recebe uma alma humana transmigrada, é rica em existencialismo – tema favorito de Bilal – e contada de uma maneira sublime, de uma forma mais sofisticada que nas obras do desenhista quando em carreira solo.

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Por que o Hulk é o meu personagem favorito criado por Stan Lee?

Por que o Hulk é o meu personagem favorito criado por Stan Lee?

No Hulk, essa simplificação ocorre de maneira verdadeiramente direta, e proposital, mas o produto gerado não é um vigilante impulsionado por um senso de dever, e sim um problema que angustia perturbadoramente o seu protagonista. A dicotomia é transformada em ambiguidade: de um lado temos Bruce Banner, um tímido, porém arrogante e seguro, cientista. Figura complexada e culpada. De outro, uma abominação onipotente e incontrolável, que representa seu instinto de sobrevivência, face à tentação autodestrutiva que domina seu alter ego. Nunca antes, em uma cultura de massas, aspectos de uma cisão freudiana do ego haviam sido colocadas de maneira tão simples e clara.

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Manifesto Comunista e biografia em quadrinhos colocam Marx como autor que desafia o tempo

Manifesto Comunista e biografia em quadrinhos colocam Marx como autor que desafia o tempo

Os desenhos de Rowson mostram Marx e Engels como espécies de anjos ateus que nos guiam por ilustrações de porte avantajado, barrocas e eventualmente escatológicas, com algo de dantesco, mostrando o aspecto indecente e imoral do crescimento da burguesia industrial. Monstros mecânicos monumentais, fábricas sinistras e máquinas fantasmagóricas processam o trabalhador como se fossem transformá-lo numa salsicha de sangue, sempre em escalas de minúcias que poderiam nos tomar bastante tempo observando.

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Luzes de Niterói: o esgarçar do tempo

Luzes de Niterói: o esgarçar do tempo

Quando Hélcio quase se afoga em um mergulho, prendemos a respiração junto com ele. Durante a forte tempestade enfrentada pelo beque e seu amigo em uma débil canoa, sentimos sua aflição e a proximidade da morte. A sequência, que ocupa cerca de 60 páginas, traz uma das mais potentes representações gráficas de chuva já vistas nos quadrinhos. Me senti encharcado ao final da leitura.

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Rapidinhas #12

Rapidinhas #12

As Rapidinhas estão entre as mais tradicionais colunas da RAIO LASER. Quem não gosta de receber um pacote fresquinho de resenhas curtas, sobre quadrinhos dos mais mainstream ao mais independente, sempre com franqueza e qualidade? Desta vez são 13 novos textos. Leia a compartilhe o que te interessar!

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