SUPERMAN - ANO UM : FRANK MILLER E JOHN ROMITA JR. ATINGEM O ÁPICE. SÓ QUE DE CABEÇA PRA BAIXO

SUPERMAN - ANO UM : FRANK MILLER E JOHN ROMITA JR. ATINGEM O ÁPICE. SÓ QUE DE CABEÇA PRA BAIXO

por Márcio Jr.

Frank Miller e John Romita Jr. se superaram. Por mais baixas que fossem as expectativas em relação a Superman: Ano Um – enésima e desnecessária recriação do mais icônico e soporífero super-herói –, a multiplatinada dupla foi capaz de entregar uma “obra” ainda pior. Dá para sentir o cheiro de longe.

É como se Miller e Romitinha tivessem chegado ao fundo do poço. E encontrado uma pá. Ou seja, estamos falando de lixo laborioso. Tempo e trabalho consumidos para forjar, meticulosamente, o ponto mais baixo da carreira de ambos. Um feito e tanto.

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Quatro vezes John Romita Jr.

Quatro vezes John Romita Jr.

Nem eu nem os amigos que assinam os textos abaixo estaremos na CCXP 2018, super evento de cultura pop em São Paulo que, entre 6 e 9 de dezembro, recebe como convidados uma série de artistas, brasileiros e estrangeiros, para sessões de autógrafo, lançamentos, palestras, etc. e tal. Estivéssemos lá, o entusiasmo maior, com certeza, seria sobre a presença do desenhista americano John Romita Jr. Falo por mim, mas sei que falo também pelos comparsas de Raio Laser, que Romitinha está em nossa lista de ilustradores de quadrinhos favoritos. Sendo assim, seria sensacional poder encontrá-lo e pegar um autógrafo (um sketch, quem sabe), fazer uma foto e trocar meia dúzia de palavras para agradecê-lo pelas milhares de páginas produzidas ao longo dessas décadas todas.
Mas, qual revista autografar? Uma edição de X-Men, em formatinho, de quando Romita Jr. fazia as histórias dos mutantes tendo Magneto como líder? Ou uma Super Aventuras Marvel, com alguma história do Demolidor escrita por Ann Nocenti? Ou a edição especial Grandes Heróis Marvel - n° 50 (também em formatinho), que compila “Justiceiro - O Homem da Máfia”, com a versão parrudíssima do personagem? Quem sabe então a minissérie Homem Sem Medo, em parceria com Frank Miller (e arte final do monstro Al Williamson)? Ou talvez a one-shot Corações Negros, estrelando Motoqueiro Fantasma, Wolverine & Justiceiro?

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BONS QUADRINHOS QUE LEMOS EM 2015 - PARTE 3

Acompanhei, à distância, boa parte dos quadrinhos – publicados por grandes editoras ou independentes – lançados no Brasil ao longo de 2015, mas li bem menos do que gostaria. Conferi muita coisa nas bancas e livrarias, mas poucas voltaram comigo ($) para casa. As melhores surpresas vieram dos sebos, onde costumo encontrar grandes achados, e em 2015 não foi diferente. Mas gostaria de ter bem lido mais. Lido outras coisas. Terei que correr atrás de muito quadrinho bom. Coincidência ou não, na hora de preparar esta lista, percebi que ela é composta basicamente de relançamentos ou material antigo (comics, mangá e BD). Teci breves comentários sobre 10 deles, elencados abaixo sem nenhuma ordem hierárquica, abordando roteiro, arte e também questões editoriais (como papel, impressão, etc). (PB)

Parte 1

Parte 2

por Pedro Brandt

1 - COMICS STAR WARS - CLÁSSICOS VOL. 4 E 5 - Archie Goodwin (roteiro) e vários (arte) (Planeta DeAgostini, 2015): O universo de Guerra nas Estrelas em quadrinhos é vastíssimo e a coleção Comics Star Wars - Clássicos, publicada desde setembro de 2014, é uma ótima oportunidade para o leitor brasileiro interessado em conhecer esse material, grande parte dele inédito por aqui. Serão ao todo 70 edições. Tem muita bobagem no meio (histórias insossas, desenhos canhestros), mas também algumas pérolas. As edições 4 e 5, por exemplo, guardam um tesouro especial: a adaptação ilustrada por Al Williamson de O Império contra-ataca. Renomado desenhista e arte-finalista, Williamson (1931-2010) recria o episódio V da saga cinematográfica com base em stills do longa-metragem de 1980. O ritmo da HQ é diferente do filme, bem mais lento e pouco dinâmico, ainda que, dado o número de páginas, a leitura seja rápida. Tudo isso poderia pesar contra a HQ, mas, pelo contrário, é o ideal para consumir a sensacional arte desse desenhista americano. A interpretação de Williamson para o filme dirigido por Irvin Kershner é bastante fotográfica, fiel às cenas que o inspiraram, mas é recriada pela ótica e estilo gráfico do ilustrador, à época, já um veterano de renome, mestre em cenários exóticos e ambientações fantásticas em quadrinhos de aventura, inspiração não apenas para George Lucas, mas para incontáveis outros criadores. Cada edição da coleção, publicada pela editora Planeta DeAgostini, é vendida lacrada em embalagem de plástico transparente, tem capa dura, papel couché, ótima impressão e recriação de cores (sem pesar a mão no digital). Mas tem um problema: não informa na contracapa detalhes do conteúdo de cada edição, quem são os autores, ano de publicação original, enfim, algo além de uma breve sinopse das tramas. Cabe ao leitor se informar sobre cada uma ou arriscar e comprar no escuro.

2 - COLEÇÃO HISTÓRICA MARVEL – O HOMEM-ARANHA #7 - Stan Lee, John Romita e Jim Mooney (Marvel / Panini, 1969-1970 [2014]): No final dos anos 1960, o roteirista Stan Lee, o desenhista John Romita e o arte-finalista Jim Mooney, então equipe de produção do Homem-Aranha, viviam um momento inspirado. As histórias presentes em Coleção Histórica Marvel – O Homem-Aranha # 7 (contemplando as edições # 68-75 de The Amazing Spider-Man, lançadas originalmente entre 1969 e 1970) apresentam um punhado de ótimas histórias, com ação e drama na mesma medida, mostrando o personagem em sua essência: a dualidade entre o universitário correto e desajeitado, sem grana ou tempo para família, amigos e namorada, fazendo jornada dupla (não remunerada!) como mascarado combatente do crime de grandes poderes e responsabilidades, além de desacreditado e à beira de desistir, contracenando com uma galeria de clássicos coadjuvantes (Rei do Crime, Lagarto, Shocker, Gwen Stacy, entre outros). Até aí, tudo dentro do esperado. É sabido que este é um dos melhores momentos da trajetória do personagem nas HQs. O que realmente chamou minha atenção nessa leitura foi perceber – desta vez, conscientemente – como o time por trás dessas histórias alcançou esses resultados. Esses quadrinhos, e tantos outros da mesma época, são exemplares da modernização pela qual a Marvel passava naquele período, com novas abordagens para personagens, atualizando pautas e trazendo um pouco de mundo real para as tramas, aproximando o leitor dos heróis; e, tão importante quanto, novas maneiras visuais de contar histórias de aventura. Em parceria com alguns talentosos desenhistas, Lee forjou um jeito Marvel de fazer histórias em quadrinhos (o livro How to do comics the Marvel way não tem esse nome à toa): ação quase ininterrupta, poucos quadros por página, narrativa econômica e eficiente (mostrando apenas o que é necessário e sempre trabalhando por uma continuidade clara da narrativa), influência de montagem cinematográfica, cenas dinâmicas de ação compostas por quadros com infinitas opções de angulação e uma série de recursos gráficos para retratar sentimentos e ações dos personagens. De um quadro para o outro, de uma página para a seguinte, de uma edição para a próxima, as conexões são ágeis, magnéticas, deixando o leitor sempre sem fôlego, curioso pelos próximos capítulos. Esse material é clássico e, dada a distância do tempo, mantém o frescor da novidade. Uma leitura divertida e, acima de tudo, instrutiva. Uma verdadeira aula de quadrinhos de super-herói. Pena que a impressão e a colorização – problema não apenas aqui, mas em outros títulos da coleção – ficaram tão lavadas, tanto nas cores como em várias áreas de preto.

3 - OS 80 ANOS DO PATO DONALD - POR SEUS PRINCIPAIS ARTISTAS

 - Vários autores (Disney / Abril, 1944-2014 [2014]): Os fãs de quadrinhos Disney não têm do que reclamar. Além dos títulos publicados mensalmente, as bancas estão sempre recebendo coletâneas especiais de seus principais personagens, como Donald, Mickey e Tio Patinhas. Mais do que as histórias propriamente ditas – algumas divertidíssimas, engraçadas, mas boa parte bastante infanto-juvenil, ingênuas e até mesmo bem bobinhas – foi o caráter histórico e panorâmico de Os 80 anos do Pato Donald– Por seus principais artistas que me atraiu para esta coletânea. É interessante notar como os desenhistas representados aqui (americanos, europeus e brasileiros. Nomes consagrados como Carl Barks, Don Rosa, Giovan Battista Carpi e Giorgio Cavazzano), cada um à sua maneira, consegue driblar as limitações do model sheet e imprimir sua marca distinta nas tramas e nos traços das histórias. Um índice detalha o país de produção, ano de cada HQ e se ela é inédita ou uma republicação no Brasil. Biografias apresentam os autores e suas principais contribuições para o universo de Donald nas histórias em quadrinhos. O acabamento da edição é impecável: capa dura, 480 páginas e papel couché (que é ótimo no geral, mas algo menos brilhoso valorizaria mais a arte). Infelizmente, as cores da maioria das histórias foram recriadas em computador, sem preocupação de quando elas foram publicadas originalmente. Fica feio, vulgar. Não faz nenhum sentido uma coloração assumidamente digital (que em nenhum momento tenta negar sua condição como tal) numa HQ da década de 1940!

4 - A DRIFTING LIFE – Yoshihiro Tatsumi (Drawn and Quarterly, 2009): Impossível assistir ao filme de animação Tatsumie não se interessar em conhecer os quadrinhos deste autor japonês. Diretor do longa-metragem, Eric Khoo apresenta adaptações de histórias curtas criadas por Yoshihiro Tatsumi (1935-2015) entremeados a várias passagens da vida do artista descritas na obra autobiográfica A drifting life. Apesar de seu tamanho monumental, com mais de 800 páginas, a leitura flui rapidamente e, em pouco tempo, o leitor pode ver-se engolido pela obra. Tatsumi nos fisga com relatos de drama e superação com uma narrativa detalhada (esbarrando por vezes na redundância) de sua trajetória pessoal (infância pobre, brigas familiares, relacionamentos) e profissional (os desafios para se manter como autor de mangás). Em paralelo, reconta a história das histórias em quadrinhos no Japão. Tudo com uma sensibilidade e leveza típicas dos autores japoneses (vêm à mente cineastas como Mikio Naruse e Yasujiro Ozu), apresentado com uma arte simples e eficiente em narrativa, construção de cenas e uso de recursos gráficos. A edição da editora Drawn & Quartely para a obra é simplesmente impecável (papel, impressão, acabamento, tudo)!

5 - THE ROMITA LEGACY - Tom Spurgeon (Dynamic Forces, 2010): Pai e filho, os desenhistas John Romita e John Romita Jr. fazem parte da história principal não apenas da Marvel Comics, mas da história das histórias em quadrinhos americanas. Tom Spurgeon apresenta longas entrevistas com ambos e reconta suas trajetórias, com enfoque na vida profissional. Pai e filho artistas comentam suas principais influências, o desenvolvimento de seus estilos de desenho, diversos bastidores da indústria dos quadrinhos, além, é claro, do relacionamento entre eles. Tudo acompanhado de dezenas de reproduções de páginas, capas, pinups e rascunhos. Um índice no fim do livro compila toda a produção quadrinistica de Romita Sr. e Jr. até 2010 (quando foi publicada a primeira edição). Como todo livro desse tipo, é recomendado especialmente para fãs.

6 - CREEPY – CONTOS CLÁSSICOS DE TERROR VOL. 2 – Vários autores (Dark Horse /  Devir, 1964-65 [2013]): Quando você pega uma coletânea da Creepy para ler está imediatamente fazendo um acordo entre as partes: a Creepy finge que te assusta e você finge que sente medo. Nada é minimamente assustador. As histórias são curtas demais e, geralmente, não conseguem alcançar um clima de suspense para então surpreender o leitor com uma reviravolta criativa ao final de cada trama. Tudo é muito ingênuo – bruxas, vampiros, múmias e mortos-vivos com uma abordagem datada. Quem não conta com o poder da nostalgia talvez se decepcione. Como leitura histórica e coletânea de grandes autores, aí é outro papo. O time da Creepy contava com os talentos de Frank Frazetta, Al Williamson, Alex Toth, Wallace Wood, entre outros grandes nomes, alguns veteranos e outros novatos à época (caso de Bernie Wrightson). Todos eles têm trabalhos melhores antes e depois de Creepy (aqui, parecem um tanto domesticados), mas não são chamados de mestre à toa. E é sempre bem-vinda uma publicação reunindo tanta gente boa. Destaque para as histórias com o personagem Adam Link, com desenhos de Joe Orlando e texto de Eando Pearson, protagonizadas por um robô com sentimentos humanos vivendo em uma sociedade hostil; e para o conto sobre a cobiça "Item de colecionador", de Archie Goodwin e Steve Ditko. A Devir está de parabéns com a edição, mas peca em um aspecto: por se tratar de quadrinhos tão fortemente associados a uma época, não dá para não se queixar das fontes de letras (computador, seu vilão!) utilizadas em algumas histórias, que tiram a cara vintage do material e soam como um corpo estranho ali.

7 - MIRACLEMAN – Alan Moore e vários (Marvel / Panini, 1982 [2014/15]): Muito já foi falado sobre Miracleman e sobre Alan Moore. Pulemos essa parte. Se você ainda tem dúvida sobre ler ou não Miracleman eu te digo: vá na fé, irmão. Mas eu entendo quem ainda não se deixou pegar pela série. Ao folheá-la, percebe-se que a arte não é o forte da HQ. Alan Davis, Gary Leach e os outros desenhistas que passaram pela série eram todos novatos na época, com estilo pouco definido e sem polimento. O que não empaca o ótimo roteiro de Moore, repleto de reviravoltas e surpresas, e a fluidez dos episódios, garantindo o bom entretenimento e a curiosidade para voltar à banca no mês seguinte. Os ingredientes viagens no tempo, conspirações governamentais, alienígenas e super-heróis (inseridos num contexto mais realista) são velhos conhecidos, mas Moore cozinha-os com seus temperos mágicos e leva-os para um nível superior. Logo na edição # 2 tem um acontecimento envolvendo Mike Moran (o Miracleman) e seu antigo pupilo Johnny (sem spolier) que me ganhou na hora. Mas (que chato, sempre tem um “mas”!), vendida por quase R$ 8, as edições deixam um tanto a desejar. Lá pela edição # 5 eu percebi estar sendo “meio” enganado. A impressão é que paga-se muito para ter apenas meia revista de Alan Moore (ou, o “roteirista original”, como ele está creditado) e o resto com histórias clássicas sem nenhum sabor, rascunhos (quem quer rascunho de desenhista meia boca?!) e pinups que nada acrescentam. Que venha logo um encadernado com apenas o filé!

8 - A SAGA DO MONSTRO DO PÂNTANO - LIVRO 4 - Alan Moore, Stephen Bissette, John Totleben, Stan Woch (DC Comics / Panini, 1985-6 [2015]): Tal qual em Spirit ou em Sandman, muitas das melhores histórias em O Monstro do Pântano têm o protagonista apenas como coadjuvante (ou nem isso), dando espaço para personagens secundários brilharem. O livro 4 de A saga do Monstro do Pântano, que engloba o ciclo Gótico americano, tem muito disso. Enquanto acompanhamos o protagonista em um percurso pelos Estados Unidos em busca de autoconhecimento, somos apresentados ao hippie Chester e suas experiências alucinógenas, ao grupo de jovens de Dança dos fantasmas e, principalmente, ao irritantemente carismático John Constantine. Ao contrário das tolas histórias de Creepy, aqui temos feitiços, casas mal-assombradas, manifestações sobrenaturais, psicopatia e demência usadas para máximo efeito. A arte de Stephen Bissette, John Totleben e Stan Woch são todas de uma personalidade visual esquisita, feia até. Mas essa feiura, esse exotismo gráfico, em determinado momento da leitura se tornam algo tão natural e próprio de cada história que funcionam como o complemento ideal para os roteiros de Alan Moore.

9 - SETON – UM NATURALISTA VIAJANTE – VOL. 1: LOBO, O REI DE CURRUMPAW – Jiro Tanigushi e Yoshiharu Imaizumi (Futabasha Publishers / Panini, 2004 [2008]): A simples menção de Jiro Tanigushi na capa de um quadrinho deveria ser o suficiente para atrair a atenção do leitor. Uma pena que pouquíssimo material do autor japonês tenha saído no Brasil.

Seton é um deles. Aqui, Tanigushi atua “apenas” como ilustrador e os roteiros são de autoria de Yoshiharu Imaizumi. Seton é inspirado na vida de Ernest Thompson Seton (1860-1946), pioneiro do escotismo e homem com forte admiração pela vida selvagem. Cabe a ele tentar capturar “O lobo”, líder da matilha que aterroriza os rebanhos da região de Currumpaw (EUA). Diferente da maioria dos quadrinhos de caubói, focados no embate de justiceiros e criminosos, Seton se foca na relação do homem com a natureza de maneira sensível e respeitosa. A narrativa tem fôlego tanto para as sequências de ação (que, pela dinâmica dos quadros, tem o pique dos animes), quanto para o drama. Fãs de Caninos Brancos(Jack London) e Princesa Mononoke (Hayao Miyazaki) têm de conhecer a obra. A despeito de suas qualidades, o mangá vendeu pouco e apenas o número 1 (de quatro) foi publicado pela Panini no Brasil.

10 - OS PASSAGEIROS DO VENTO #2 – O PONTÃO – François Bourgeon (Glénant / Meribérica / Liber, 1980): Pobres piratas! A pirataria, antes um gênero de aventura que rendeu incríveis livros, filmes e histórias em quadrinhos nos últimos tempos foi resumida a Jack Sparrow! Sendo assim, voltemos aos clássicos. Autor de Os passageiros do vento, o roteirista e desenhista francês François Bourgeon é do tipo que transporta o leitor para dentro de suas histórias. Faz isso com engenhosos roteiros, minuciosas pesquisas de época e dando a seus personagens uma vivacidade autêntica. Além disso, seu traço inconfundível (seus homens e mulheres têm feições bastante particulares) e a reconstrução fidedigna de barcos, armas, castelos, roupas e objetos de época acrescentam ainda mais à experiência intensa de leitura da obra. O mote de O pontão é o resgate engendrado por Isa e sua amiga Mary para resgatar Hoel de um navio (o tal “Pontão”) utilizado como prisão. Além da aventura, o relacionamento entre os personagens, todos donos de personalidades marcantes, dão bom ritmo à narrativa e impulsionam a história para o próximo episódio, de modo a deixar o leitor sedento por mais.