LASERCAST #13 - Quadrinho brasileiro a granel!

LASERCAST #13 - Quadrinho brasileiro a granel!

A equipe Raio volta ao chamado “quadrinho brasileiro contemporâneo” não apenas para resenhar literalmente dezenas de títulos, mas também discutir estética, mercado e crise nas diversas tendências dos gibis-BR da atualidade.

Participam do debate: Ciro Inácio Marcondes, Dandara Palankof, Márcio Jr. e Pedro Brandt.

Edição: Eder Freire.

Disponível em: SPOTIFY, APPLE PODCASTS, GOOGLE PODCASTS, CASTBOX, ANCHOR, BREAKER, RADIOPUBLIC, POCKET CASTS, OVERCAST, DEEZER

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Especial Editora Draco: quatro resenhas + entrevista

Diversidade de temas e de autores. Esta é a grande aposta da Draco para sacudir o já dinâmico mercado do quadrinho nacional. E é em publicações da editora em gêneros como terror, humor e ficção científica, dentre outros, que a nova geração de quadrinistas brasileiros tem recebido a chance de dar vazão às suas criações. Neste novo post da Raio, resenhamos quatro obras recém lançadas pela editora, todas pertencentes – por coincidência –ao gênero terror. É clichê dizer que publicações que contêm muitos autores – como foi o caso dos gibis analisados – costumam pecar pela irregularidade. Será que também foi o caso dessa vez? Antes disso, confira uma rápida entrevista que fizemos com o editor/escritor/proprietário/faz tudo da Draco, o irrequieto Raphael Fernandes. (MMA)

por Marcos Maciel de Almeida, Lima Neto e Ciro I. Marcondes

Entrevista com Raphael Fernandes (vulgo editor/escritor/proprietário/faz tudo da Draco):

Raio Laser: Defina - para os que ainda não estão familiarizados com o trabalho da Draco - quais seriam os principais objetivos da editora dentro do mercado editorial brasileiro de livros e quadrinhos.

A Editora Draco é especializada em quadrinhos e literatura de gênero, ou seja, nossas publicações são focadas em terror, fantasia, ficção científica, policial, humor, etc. Recentemente, passamos a publicar também obras de referência de não-ficção e quadrinhos jornalísticos. Nosso principal objetivo é trabalhar apenas com obras originais, portanto, não temos interesse em publicar projetos de outros países que não tenham surgido na nossa redação. Aqui você vai encontrar obras feitas especialmente para você e sempre buscando fazer títulos que agradem aos leitores que gostem de cultura pop.

Raio Laser: Grande parte do acervo da Draco é formada por coletâneas. Qual seria o objetivo da opção por este formato? Permitir a participação de número maior de autores? Qual o método utilizado para seleção dos novos talentos? Qual tem sido a receptividade do público para este material? (Foi mal. A pergunta ficou longa pra cacete).

As coletâneas são a forma que encontramos para ter publicações, durante todo o ano, dos principais autores da casa e, ao mesmo tempo, encontrar e revelar novos talentos. Nós conseguimos manter todo nosso time produzindo e melhorando cada vez mais, ao mesmo tempo que o leitor tem sempre novidades para ler. Seria a nossa versão dos comics mensais e das publicações semanais japonesas. Queremos que o público acompanhe nossos talentos e nossas ideias durante o ano todo.

Após desenvolver o tema e a estrutura geral de uma coletânea, abrimos para que novos colaboradores possam enviar seus roteiros, portfólios e projetos para fazer parte da publicação. Nós avaliamos todas as inscrições e selecionamos todos que tiverem potencial, depois juntamos com os autores da casa e buscamos criar times cada vez melhores. Também existem os critérios internos da própria coletânea, que pode exigir alguns tipos de traço específicos e de estilos de escrita. Histórias de um espectro semelhante podem acabar sendo rejeitadas muito mais por baterem com temas já selecionados. Se você tem vontade de ser parte do time de dragões da Draco, as coletâneas são a melhor porta de entrada. Se já foi rejeitado, pode melhorar e mandar novas inscrições.

O público gosta bastante das coletâneas, pois sempre haverá uma ou mais histórias que agradem ao seu gosto. Buscamos sempre compor as coletâneas com um grande leque de estilos e formas de contar histórias. Sempre tivemos uma boa receptividade do público e isso incentiva a produzirmos cada vez mais.

Raio Laser: É quase consenso que o momento atual do quadrinho brasileiro é ímpar. Como você vê o futuro desta cena e qual o papel que a Draco desempenhará nele? Acredita que o modelo atual, com inúmeras editoras pequenas trabalhando em parceria com gigantes do mercado do varejo virtual, seja sustentável?

Foram vários os fatores que nos colocaram no momento atual, sempre cito alguns: Quarto Mundo, Bá e Moon ganhando Eisner, sucesso das CCXPs, a confraternização do FIQ, a profissionalização de editores e roteiristas e, acima de tudo, a popularização dos meios de produção (gráficas com tiragens pequenas, financiamento coletivo, publicações pela internet e divulgação através das redes sociais). Tudo isso somado ao fato de que nós fomos mão-de-obra para quadrinhos do mundo inteiro e chegou o momento de colocarmos nossa vontade de contar histórias pra fora e publicar aqui.

A Draco tem como objetivo principal ser uma editora referência na publicação de histórias originais com autores locais. Cada vez mais estamos desenvolvendo um jeito Draco de contar histórias em quadrinhos e acredito que a resposta de público e crítica seja resultado dessa persistência, dedicação e carinho. Nós realmente acreditamos que podemos fazer um trabalho que vai agradar cada vez mais o público leitor que gosta de séries de TV, cinema, literatura fantástica, música e tal.

Sendo bem sincero, as editores pequenas não têm muita opção quando se trata de distribuir seu material. Afinal, para entrar em uma grande livraria é preciso ter toda uma estrutura. Porém, nós temos trabalhado em quase todas as frentes: estamos nas principais redes de livrarias do país, nas comic shops, fazemos feiras de quadrinhos e literatura por todo Brasil, venda direta em nosso site e, claro, também estamos em todos os grandes varejistas online (sim, até nas Casas Bahia e no Wallmart). E, para não dizer que não estamos nas bancas, nós estamos nas principais bancas de São Paulo através da distribuição feita pelo Worney.

Temos que estar onde o público frequenta e buscar cada vez mais profissionalizar a estrutura como um todo. É uma tarefa árdua, exige muita paciência e muito investimento, mas que aos poucos tem mostrado resultados gritantes. Nós começamos bem modestos e hoje já temos um legado que podemos nos orgulhar de ter realizado.

Resenhas padrão Raio 

Demônios da Goetia

– Raphael Fernandes (Org.) (Draco, 2017): A marca da influência do poder demoníaco nos desejos, tentações e fraquezas humanas pode ser lida como uma metáfora para sentimentos profanos e indesejáveis ou como manifestação real de forças que desconhecemos. Como diz o magista Vinicius Pereira na introdução deste surpreendente

Demônios da Goetia: “Eles existem, mesmo que só na sua cabeça. A mente se prepara, desde as preliminares, para lidar com o demônio. Se ele não tinha consciência objetiva, passa a ter no momento em que você começa a acreditar”.

Essa luxuosa publicação, em papel couché, alta gramatura e cores vermelhas salpicando perturbador preto e branco, tem como proposta se inserir nessa sutil ambiguidade: literalmente ou figurativamente, a sedução propiciada pelo mal existe e afeta diretamente as ações humanas degeneradas. A coletânea, editada por Raphael Fernandes, traz oito histórias altamente perturbadoras carregadas de gore em situações perversas, moralmente repulsivas. São contos a respeito de pactos com os chamados 72 demônios da Goetia, baseados em um grimório com instruções para praticar a arte do Rei Salomão (um tipo de demonologia).

Esta edição é uma das apostas mais sofisticadas da editora, e a tradição brazuca de horror metafísico com presenças de criaturas sobrenaturais repugnantes (de Shima e Colin a Mozart Couto) está devidamente representada neste bem curado compêndio profano. Os rituais de invocação são tão minuciosamente detalhados que rola até um frio na espinha ao tentar imaginar como os autores chegaram a essas informações.

Dentre as coisas sortidas que encontramos por aqui há, por exemplo, a história de abertura, onde um jovem é condenado a olhar para a própria morte em loop, reiteradamente, pela eternidade. O texto bruto e perturbador é de Raphael Fernandes, e a arte de Daniel Canedo, pintada no que parece ser um guache macabro, lembra o grande Jon J. Muth. Os artistas da edição, aliás, expressivos, em geral conseguem obedecer à ordem de equilibrar preto e branco, grafismos perturbadores e o uso pontual da cor vermelha. Uma das melhores histórias é “O Mestre da Arte” (de Caio H. Amaro), ilustrada de maneira prosaica (lembra Fábio Moon) pela brasiliense Flávia Lima. Aqui, um conjurador experiente elabora tramoias arriscadas com demônios cada vez mais poderosos para conseguir salvar a vida do namorado. É surpreendente e desolador.

Outros notáveis destaques estão no conto – esotérico, umbral, hipnótico – de Juscelino Neco, que se destaca especialmente pelo traço vigoroso, mas limpo, de sua arte. Também achei complexa e estupefante a história YHVH, que, mesmo com a arte um tanto amadora de Lucas Chewie, tem um roteiro muito original, capaz de problematizar profundamente a ordem de anjos (extremamente alienígenas) e demônios na esfera humana. Por fim, a barroca O Jogo, com roteiro de Antonio Tadeu e a arte obscura de Ioannis Fiore, estabelece uma espécie de Noite na Taverna com os filhos do cramunhão tentando determinar qual deles executou façanha mais maligna no coração da humanidade através dos séculos. Como é de praxe nesta edição e no próprio gênero (vide os twist ends da EC), temos um final desconfortável e até filosófico.

Demônios da Goetia é um lançamento significativo nas HQs nacionais, ainda que habite as margens, no quadrinho de gênero. A natureza do mal é examinada com propriedade e diversidade de abordagens. Os artistas variam, mas em geral estão em coesão com o conteúdo das histórias. E as histórias, estas inspiram pesadelos. E isso é o maior mérito que uma obra de horror pode almejar. (CIM)

Devorados – Erick S. Cardoso, Cirilo S. Lemos e Márcio R. Gotland (Draco, 2017): Quais são os ingredientes típicos presentes nos gibis da editora Bonelli, como Dylan Dog, Tex, Mágico Vento e etc, que vem fazendo a cabeça da juventude há tanto tempo? Em primeiro lugar, embora pertençam a um universo próprio e amplo, as histórias saem em edições fechadas, então não tem aquele esquema de ter que estar sempre atrás da continuação. Por esse motivo, cada história tem começo, meio e fim, o que desencoraja roteiros com muita embromação, já que, de uma forma ou de outra, terá de haver algum tipo de desfecho. Outra característica comum é a utilização de desenhistas mais completos, capazes de retratar cenários diversos e grandiosos, cenas de ação e grande variedade de personagens. Artistas com poucos recursos (não que isso seja um mal em si) tendem, portanto, a ser rechaçados na indústria italiana. E o que isso tem a ver com Devorados? Tudo. O gibi brazuca seguiu – conscientemente ou não – essa cartilha e se deu bem.

Devorados narra a história de Duran Draconian, membro de uma família outrora respeitada, mas agora decadente. Buscando reviver os longínquos dias de glória do clã, ele aceita participar do mortífero desafio de montagem das Viperas, répteis alados altamente perigosos. A provação envolve a domesticação do animal, que só será conseguida em caso de empatia instantânea entre cavaleiro e montaria, no melhor estilo Avatar. Caso o dragão não vá com a sua cara, o preço a ser pago será a própria vida. Sem dar spoilers, gostaria de alertar para o final da história, que de forma inesperada e chocante, explica o título desta interessante HQ.

É promissor perceber que Devorados é uma aventura num universo já pré-estabelecido, com dinâmicas e personagens próprios. Fiquei curioso para ler novas histórias de Duran Draconian. Espero que esse lançamento seja apenas a ponta de lança de uma série de novos títulos passados naquela realidade. Fica a expectativa de que esta estreia tenha sido apenas um tira-gosto antes da chegada de um prato de macarronada preparado pela trindade Cardoso, Lemos e Gotland. (MMA)

A Teia Escarlate (Série Tempos de Sangue) – Eduardo Kasse, Raphael Fernandes, Clayton InLoco e Daniel Canedo: Quando era mais jovem, absolutamente amava os romances das crônicas vampirescas de Anne Rice e o RPG Vampiro: a Máscara. Este material tinha uma visão sobre os mitos dos vampiros que demonstrava absoluta devoção à tradição literária do gênero e ao mesmo tempo os trazia com elegância para a (então) contemporaneidade. Os vampiros podem estar fora de moda (hoje, tudo é zumbi), mas no meu coração ainda reside aquele apelo fatal e romântico, que une beleza e morte, dos mitos que aprendemos a amar.

A Teia Escarlate, formado por trechos em quadrinhos escritos por Raphael Fernandes e por pequenos contos complementares do escritor Eduardo Kasse, faz parte de um conjunto de romances (uma pentalogia) que efetiva um universo expandido em que vampiros à moda de Anne Rice atravessam os séculos em fases diferentes da humanidade, cometendo atrocidades, manipulando a ordem mundial e se refestelando com seus prazeres hedonistas.

Em princípio seria uma ótima pedida para mim, fã do gênero, mas lendo estes contos e quadrinhos percebi que esta abordagem de fato não envelheceu tão bem. A nobreza aristocrática deste tipo de vampiros, somada ao apelo brutal da morte e do sangue, acabaram se tornando um tanto quanto cafonas. A Teia Escarlate conta justamente a trajetória de uma imortal romana, filha de uma deusa, que vai consignando seus desejos malévolos em épocas distintas, acompanhada por coadjuvantes que interferem em sua vontade primordial. Confesso que Fernandes está menos inspirado aqui do que em Demônios da Goetia. As artes de InLoco e Canedo (também melhor em Demônios...) não chegam a incomodar, mas para mim não se tornaram exatamente ativos para o gibi. E os contos de Kasse, com o perdão da crítica, me pareceram um tanto grosseiros, com imagens literárias que misturam kitsch e gore, além de serem narrados numa prosa simplista demais. O apelo nostálgico é legal, mas Anne Rice só tem uma mesmo. (CIM)

Despacho – Fernando Barone e Samuel Sajo (Org.) (Draco, 2017): Em algum momento entre os anos de 1988 e 1992, recordo de ter me familiarizado com o termo “despacho”. Eu e mais alguns amigos de escola criamos o costume de desbravar o cerrado fechado que circundava nossa escola. Hoje em dia tudo virou cidade, mas há 30 anos era só aventura áspera e espinhosa. Algumas centenas de metros mato adentro havia uma encruzilhada de trilhas e foi lá que vi meu primeiro ritual de “macumba”: uma farofa, velas, uma garrafa de 51, charutos e um resto de comida que deve ter servido de almoço para os saruês do local. Havia um misto de medo e excitação. Como alunos de uma escola católica, aquilo não era só profano, era quase diabólico. Outras visitas ao local diluíram o medo inicial e a intimidade até permitiu que o medo desaguasse em desrespeitosas goladas de vinho anônimo e baforadas de charutos fedorentos. O medo e o posterior desrespeito são frutos de uma ignorância de duas cabeças: a falta de conhecimento típica da juventude e o pertencimento do grupo de alunos a um círculo social que excluía e demonizava elementos culturais de matrizes africanas. Tudo muito anos 80, lógico.

Quando me caiu nas mãos o volume de Despacho, da editora Draco, imaginei que eu reencontraria algo do medo e da profanação que marcou esse meu primeiro contato com o ritual. Sabia que o que estava sendo apresentado era mais variado que isso, que buscava resgatar um terror brasileiro marcado por causos e maldições e que teve nos anos 70 seu momento mais criativo. O título até me pareceu ofensivo, já que não estávamos mais em 1988 e a cultura afro-brasileira não sofre mais do mesmo obscurantismo de 30 anos atrás (embora continue padecendo de outras formas de exclusão), mas imaginei que esse anacronismo pudesse ser uma abordagem irônica que se abrisse a uma atualização desse discurso.

Apesar da bela arte de capa, o que encontrei no miolo da revista foi decepcionante. Um amontoado de “sacadas” mal aproveitadas narradas com uma arte confusa e embrulhadas em um senso comum preguiçoso que se esconde sob rótulo de trash. O medo e a profanação estão lá, mas devido a problemas editoriais, esse medo não se sustenta e o terror resultante emerge da percepção do potencial desperdiçado. Já a profanação que aparece nas páginas esbarra num discurso obscurantista digno da doutrina de minha antiga escola.

Por estes problemas de edição, fica difícil se entreter com a interessante premissa de O Diabo Que Te Carregue, uma das duas profanações do Sítio do Pica Pau Amarelo que fazem parte da antologia. O trabalho de Victor Freundt, que escreve e desenha a história, esbarra em uma confusão visual que atola toda a leitura, que é deixada ainda mais lamacenta graças ao texto carregado de um sotaque “caipira” de difícil leitura. A experiência lembra uma viagem de 5 quilômetros em uma estrada de terra para a fazenda que leva 5 horas de duração. A outra referência aos personagens de Monteiro Lobato busca uma roupagem moderna, mas também padece de uma arte confusa assinada pelo organizador do volume, Samuel Sajo, e roteiro de Airton Marinho. Em Brutalizados no Sítio, um grupo de “aberrações” sequestra e estupra um “pai de família” numa história que causa náuseas mais pela utilização infeliz de clichês sobre a transsexualidade do que por sua ousadia estética. Da mesma forma, em Segredos, com roteiro de Sajo e arte de Rafael “Abel” Vasconcelos, encontramos um confuso sincretismo entre igreja católica e cultos africanos que termina por atrelar uma imagem de desequilíbrio e psicopatia às religiões afro-brasileiras. De forma mais clara essa balança vai pender para o lado judaico-cristão em Dízimo de Sangue, história do personagem O Pastor de Raphael Fernandes e Juliano Kaapora, um Constantine cristão que combate as forças demoníacas... não preciso descrever mais que isso.

O restante da HQ esbarra em narrativas mal contadas, didatismos ofensivos, descaracterizações, cortes abruptos e diagramações confusas. No geral, este despacho não vinga e o que resta é um sentimento de frustração. A HQ desperdiça bons ingredientes: com destaque para a arte bela e carregada de Victor Freundt, mas que carece de um editor para desatar o nó da diagramação; o estilo fumetti promissor mas ainda burocrático de Abel; e a inegável potência da arte de Sajo que mostra um grande potencial expressivo, mas é completamente perdido na impressão tosca e diagramação confusa.

No mais, Despacho é apenas mais um olhar confuso e imaturo sobre um assunto tão rico quanto a cultura nacional e suas vertentes afro-descendentes e perpetua uma perspectiva tendenciosa de uma classe de pessoas que enxerga rituais de outras religiões como uma brincadeira diletante, não muito distante dos meninos que “chutavam macumba” no intervalo da aula. (LN)