GESTO QUE LÊ DESVENDANDO OBJETO: METALINGUAGEM NOS QUADRINHOS EM TRÊS MOMENTOS

GESTO QUE LÊ DESVENDANDO OBJETO: METALINGUAGEM NOS QUADRINHOS EM TRÊS MOMENTOS

por Lima Neto

A palavra “meta” nunca esteve tão popular. Posso estar enganado, lógico. Mas é fato que consumidores de cultura (ou de conteúdo, dependendo do seu nível de assepsia) estão tão familiarizados com o termo “meta” que este já se tornou praticamente uma gíria. Nenhum problema com isso. Na verdade, para este que está lhes escrevendo, a metalinguagem sempre foi um fenômeno fantástico, quase místico, e poder vê-la assim tão pedestre e disponível é um sinal positivo. Sinal de que, de uma forma ou de outra, as pessoas estão pensando sobre o que consomem. Mesmo na forma de um filme do Deadpool, um episódio de Rick e Morty ou Fleabag, a presença até mesmo da metalinguagem mais domesticada implica em uma obra que está pensando a si mesma. É essa ilusão de autonomia da obra que me assombra e seduz, e os quadrinhos são mestres no uso desse recurso desde seus primeiros passos. Mas esse texto não vai resgatar essa história. Vamos por outro caminho.

Talvez compreender o termo “meta” para além da gíria - e com certeza para além do Zuckerberg – ajude a achar uma forma de ser mais ciente de si dentro desse salão de espelhos que é nosso presente.

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