O CAVALEIRO DAS TREVAS DE GROO: COMO TRANSFORMAR UM IMAGINÁRIO DE IDIOTIA EM SOCIOPOLÍTICA - PARTE 2

O CAVALEIRO DAS TREVAS DE GROO: COMO TRANSFORMAR UM IMAGINÁRIO DE IDIOTIA EM SOCIOPOLÍTICA - PARTE 2

O texto a seguir dá continuidade às ideias comentadas na parte 1 e analisa as histórias Inferno na Terra (Hell on Earth, 2007/8 - publicada no Brasil pela Mythos em 2008) e A Grande Crise (Hogs of Horder, 2009/10, publicada no Brasil pela Mythos em 2010). Aqui, Groo encontra a pós-modernidade. É bastante importante ler a primeira parte. (CIM)

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O CAVALEIRO DAS TREVAS DE GROO: COMO TRANSFORMAR UM IMAGINÁRIO DE IDIOTIA EM SOCIOPOLÍTICA - PARTE 1

O CAVALEIRO DAS TREVAS DE GROO: COMO TRANSFORMAR UM IMAGINÁRIO DE IDIOTIA EM SOCIOPOLÍTICA - PARTE 1

por Ciro Inácio Marcondes

Quem me conhece sabe que sou um grande fã de Sergio Aragonés e Mark Evanier, e esta não é a primeira vez que resolvo dedicar algumas palavras às histórias de Groo. Considero que o trabalho dessa dupla de autores tem o faro certo para preservar os aspectos interessantes e até filosoficamente instigantes do gênero espada/feitiçaria, e ao mesmo tempo expor certo ridículo do pessimismo “barbárico” de Robert E. Howard, com toda aquela conceituação estranha de que a barbárie subsiste à civilização e é o “estado natural” do ser humano. Se o bárbaro é o ser humano “puro” (agh), ele deve se parecer mais com Groo do que com Conan, e é aí que a coisa fica interessante mesmo.

O título deste texto é um click bait safado mesmo, mas ele preserva o embrião de uma ideia que tive há muito tempo, ao ler a edição número 19 da publicação O Humor Inteligente de Groo, o Errante, da Abril (saiu por aqui em 1991. O original é de 1988). A história que abre essa edição se chama “A Aldeia de Malefá”, e é uma ótima amostra sobre como, desde os primórdios, Arogonés e Evanier sabiam que as paródias de Groo poderiam de fato render uma reflexão (“inteligente”) sobre os meandros da civilização e da barbárie, não exatamente no teor essencialista e fatalista de Howard, mas sim construindo parábolas que explicassem modelos de sociedade correspondentes à nossa, e não às civilizações que inspiraram a Era Hiboriana. (nada contra Howard, entretanto. Curto muito).

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