Todas as Pedras no Fundo do Rio: não há segunda chance nesta vida
/por Ciro Inácio Marcondes
Eu gostava de pensar que Wagner Willian era o mais felliniano dos quadrinistas brasileiros. Porém, se tem uma coisa de que não se pode acusar o velho Wagner, é de que ele se repete. O Maestro, o Cuco e a Lenda elaborava a memória (tal qual o mestre italiano) num prisma de invenção e delírio, algo que também vamos achar em Silvestre, mesmo que em outra chave. Mas eis que chega este Todas as Pedras no Fundo do Rio, cuja proposta inicial era adaptar (subvertendo) o filme A Felicidade Não se Compra (1946), de Frank Capra, e embola tudo.
Este novo livro, um épico de mais de 200 páginas lançado pela editora do autor (Texugo) junto com o Páginas Amarelas, é um fato novo na carreira de Wagner. Ambicioso, atravessando épocas, personagens e tramas paralelas, ele parece ser também o seu esforço em dotar uma narrativa mais clássica de potência de linguagem, de deixá-la se incorporar às necessidades do roteiro, beirando a quase total exaustão.
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